Porque você deveria fazer um projeto Topográfico antes de construir?

Do grego, topos = lugar e grafia = descrição, a topografia é o estudo que descreve e representa com detalhes uma superfície de terra. A ideia principal é entender o relevo, produzindo dados que serão utilizados para elaborar um plano de construção mais eficaz e seguro. O levantamento topográfico é feito através da planialtimetria, composta pelas informações planimétricas (horizontalmente, como uma planta baixa do terreno), que representam o terreno sem levar em consideração o seu relevo, e a altimétrica (verticalmente) que determina as diferenças de nível do terreno. Mas, por que fazer um projeto topográfico? Este levantamento é de grande importância na elaboração de projetos de construção civil, pois com ele em mãos, medem-se os perímetros e a área total do terreno disponível para a execução da obra, mas ele vai muito além disso, pois com ele é possível avaliar: Os meio fios; Arruamentos internos; Alinhamentos de muros e cercas; Marcos demarcatórios; Árvores; Caixas de drenagem; Edificações existentes; Edificações confrontantes; Indicação do sentido do trânsito; Existência de rios ou córregos próximos ao terreno, pontos cotados, curvas de nível; Taludes; Rochas, entre outros. Um projeto topográfico permite avaliar tanto o preço, como também se o seu investimento lhe trará retorno financeiro levando sempre em consideração as leis do regem o plano diretor de seu município. Ou seja, um projeto topográfico analisa a viabilidade do projeto, assim como as imperfeições do terreno, permitindo identificar as áreas que necessitam de aterramento ou corte para a construção, evitando o retrabalho e o desperdício de dinheiro, que levam a um atraso no prazo de entrega.
A tecnologia e o destino do profissional do setor da topografia: O que mudará?

Os profissionais do setor Geo já vêm, há alguns anos, questionando qual seria o futuro da topografia. Hoje, pode-se dizer que esse futuro chegou. Entretanto, em razão da grande (e veloz) evolução tecnológica alcançada nos últimos anos, será que é seguro dizer que a topografia convencional está chegando ao fim? *Por Luís Antônio Soares A Topografia, palavra que, etimologicamente, deriva do grego e significa “descrição do lugar”, é a ciência que tem por objetivo o estudo dos acidentes geográficos e sua localização, bem como dos instrumentos e métodos utilizados para obter a representação gráfica de uma porção do terreno sobre uma superfície plana, ou seja, o plano topográfico. Aplicações práticas da Topografia Essa área do conhecimento, com suas aplicações práticas, é fundamental em todo tipo de obra, seja de engenharia, arquitetura, agricultura, tais como projetos viários, de edificações, loteamentos etc. No início de uma obra, primeiro se faz necessário definir localização, dimensões e condições do terreno. Identificam-se os elementos presentes no local, como árvores, cursos de água, interferências subterrâneas e antigas edificações. Trata-se do chamado levantamento topográfico, e a exatidão das informações produzidas nessa fase é crucial para o que vem depois. É justo dizer que um mau serviço de topografia pode paralisar ou colocar toda uma obra a perder. Se o levantamento é incorreto, há riscos de grande prejuízo financeiro e problemas para comunidades próximas, podendo levar a rompimentos de adutoras, cabeamentos e dutos subterrâneos, invasão da obra em terreno alheio ou em área de preservação. Enfim, requisito essencial para implantação de projetos, não é necessário enfatizar mais sobre a importância do serviço de topografia. O crescimento acelerado da tecnologia O avanço tecnológico garantiu a geração de máquinas com hardwares mais potentes, a automatização de processos, o aumento na quantidade de dados coletados e equipamentos cada vez menores, mais leves e portáteis com qualidade e alto detalhamento da área levantada. Atualmente, novas tecnologias já são aplicadas para realizar o mapeamento dessa porção da superfície terrestre, como, por exemplo, os drones e os lasers. A expressão “topografia com drone” vem se tornando cada vez mais comum, porém é importante esclarecer que o que chamamos de topografia com drones nada mais é que um processo fotogramétrico de obtenção de informações, carecendo de um trabalho de análise e validação do profissional para a geração de um produto cartográfico de qualidade e precisão. Hoje, a aerofotogrametria é a tecnologia mais usada em mapeamento de grandes áreas, pelo fato de apresentar produtos precisos a custos relativamente baixos. Com o advento dos drones, foi possível mapear áreas menores com um custo ainda mais baixo, de forma mais fácil e ágil, pois esta tecnologia exige menos profissionais em campo e menor risco durante o levantamento. Se quiser saber mais sobre os drones e vants, recomendamos a leitura – Drone: pequeno explorador com atributos impressionantes. Além dos drones, o mapeamento com laser foi implantado como uma tecnologia disruptiva no que tange a quantidade de informações coletadas, ou seja, o nível de detalhamento. Utilizando a tecnologia LIDAR, que consiste em método de sensoriamento remoto ativo que utiliza laser pulsado para medir distâncias, os equipamentos a laser permitem a obtenção de informações tridimensionais acerca da superfície terrestre com alta precisão. Essa tecnologia pode ser utilizada tanto de forma terrestre ou embarcada em aeronaves, obtendo como produto final uma nuvem de pontos altamente densificada que garante que o ambiente seja mapeado com um nível de detalhamento impressionante. O futuro da topografia e do profissional da área Com esse turbilhão de equipamentos e ferramentas high-tech surgindo para facilitar (e, muitas vezes, substituir) o trabalho humano, fica a pergunta: como a topografia convencional e o trabalho do topógrafo se coloca perante tais progressos da tecnologia? A topografia é essencial para servir de referência e base para que essas novas tecnologias alcancem uma precisão adequada para geração de produtos cartográficos, por meio do acompanhamento dos processos de levantamento, da análise das informações, e da fiscalização e validação dos dados obtidos. Logo, por mais que tecnologias, como drones e lasers, estejam conceitualmente voltadas para a Fotogrametria, é difícil falar de uma área separadamente, sem levar em consideração todas as outras ciências envolvidas no mesmo processo, ou seja, a Topografia, e também a Geodésia, são essenciais em um levantamento fotogramétrico, seja com drones ou lasers, para garantir a obtenção de produtos cartográficos de alta qualidade. Além do mais, pode haver projetos em que essas novas tecnologias nem sempre poderão ser aplicadas, seja por permissão de uso ou acesso ao local ou pela precisão requerida. Quando se deseja realizar um levantamento de uma galeria (topografia subterrânea), por exemplo, não é possível, ainda, realizá-lo com drones e, mesmo que se utilize o laser para varredura da condição do túnel, é necessário que este esteja vinculado a uma poligonal implantada por topografia na superfície e seja feito, então, o transporte de coordenadas. Dessa forma, a topografia convencional se mostra extremamente relevante no apoio a essas novas tecnologias. Contudo, a inovação não para! Então, o que podemos esperar para o futuro? É certo que existe uma tendência de automatização dos processos de medição, redução no tamanho dos equipamentos e aumento na resolução e detalhamento dos levantamentos. Além disso, quando falamos especificamente sobre o futuro dos drones, podemos esperar aeronaves com cada vez maior estabilidade e autonomia de voo e de ação. Sendo assim, é importante que o profissional desse setor acompanhe e se atualize quanto às tendências e às melhores e mais modernas práticas, buscando capacitação sobre equipamentos e softwares. É fundamental investir continuamente em qualificação, pois, em uma profissão tão ligada à necessidade de acurácia nos dados e de ferramentas, há riscos de se deixar cair na obsolescência. Mas não se esqueça de que tecnologia não é tudo. Deve-se sempre levar em conta os princípios científicos que serviram de base para o desenvolvimento tecnológico, de forma a garantir a geração de produtos de qualidade, precisão, segurança e a satisfação do cliente.
Dicas para realizar um levantamento topográfico de qualidade

1. Comece pelas normas técnicas Um dos aspectos mais importantes para a realização de um levantamento topográfico de qualidade é o atendimento às normas. São elas que vão orientar o trabalho e padronizar a apresentação, garantindo que o projeto seja facilmente entendido pelos profissionais aos quais se destina. No Brasil, a principal entidade regulamentadora é a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Para topografia utilizamos uma norma específica para Execução de Levantamentos Topográficos que é a NBR 13.133:1994. Existem outras normas que são aplicáveis de acordo com o tipo de trabalho a ser executado, como: NBR 14.166:1998 – Rede de Referência Cadastral Municipal; NBR 14.645:2001 – Elaboração do “como construído” (as built) para edificações; NBR 15.309:2005 – Locação topográfica e acompanhamento dimensional de obra metroviária e assemelhada; NBR 15.777:2009 – Convenções topográficas para plantas e cartas. Na hora de realizar um levantamento topográfico, deve-se escolher metodologias e equipamentos que atendam as normas. O mesmo vale para a representação gráfica dos projetos, que também devem estar padronizados. 2. Defina o escopo e os requisitos do projeto Antes de começar um levantamento topográfico, é fundamental saber para que o seu projeto será usado. Diferentes projetos podem necessitar de diferentes níveis de detalhe, e conhecer as necessidades do cliente pode ajudá-lo a economizar tempo e dinheiro. Por exemplo, as informações necessárias para o georreferenciamento de um imóvel rural podem não ser as mesmas que um arquiteto necessita. Conversar com o seu cliente sobre as necessidades do projeto vai permitir que você concentre seus esforços em mapear o essencial. Isso vai garantir a satisfação do cliente, a qualidade do projeto e a economia de esforços e recursos. Em geral, um levantamento topográfico pode ser solicitado para: determinar os contornos da superfície de um terreno, bem como detalhes, como cobertura vegetal, cursos de água e edificações existentes; determinar os limites de um terreno; servir de base para projetos arquitetônicos, urbanos ou de engenharias. Cada um desses projetos tem seu próprio escopo, e conhecê-lo vai ajudá-lo a definir os requisitos que você deve atender. 3. Tenha um pré-projeto em mãos Fazer um pré-projeto é o primeiro passo que você deve dar na hora de realizar um levantamento topográfico. Uma vez que você conhece as necessidades do seu cliente, deve planejar a execução do seu projeto. Nesse ponto, você deve buscar reconhecer a área, analisar os aspectos mais relevantes do terreno e definir o que será mapeado. Essa prática vai permitir que você, por exemplo: faça uma melhor escolha da técnica que vai utilizar; defina os vértices da poligonal ou a quantidade de pontos a serem levantados; defina se o levantamento será planimétrico, altimétrico ou planialtimétrico. 4. Defina o método e os equipamentos mais adequados Baseado nas necessidades do seu cliente e nas características do terreno, você necessitará definir um método. Essa definição deve ocorrer na fase de pré-projeto e pode incluir um ou mais dos seguintes métodos principais: levantamento aéreo: muito utilizado devido à facilidade de manuseio, à economia de tempo e de custo; sistema GNSS: utilizado para mapear áreas abertas com maior produtividade em levantamentos e locações; estação total: permite mapear o local e seus recursos em detalhes com melhor precisão. Esses métodos podem ser aplicados individualmente ou em conjunto, a depender das características do terreno. Para cada um deles, existe uma série de equipamentos disponíveis, com diferentes níveis de precisão e avanço tecnológico. Você pode, por exemplo, considerar utilizar Estações Totais, Sistema GNSS RTK ou pós processado, Nível Topográfico, Laser Scanner, Drones, entre outros. 5. Invista em qualidade e tecnologia Os equipamentos para topografia passaram por uma grande inovação nos últimos anos, mudando a forma de trabalho dos profissionais do ramo. Hoje em dia, é possível utilizar ferramentas de alta precisão e fácil manuseio, otimizando o dia a dia dos topógrafos, aumentando a qualidade dos serviços oferecidos e possibilitando a realização rápida dos trabalhos. Assim, investir em equipamentos de ponta garante alto rendimento e confiabilidade 6. Entregue um levantamento topográfico de qualidade De nada adianta realizar bom levantamento se você não garante a qualidade do produto entregue. Assegure-se de elaborar um material técnico completo, com todas as plantas topográficas, seções, croquis e memória técnica, tudo de acordo com as normas e convenções de representação. Além disso, não se esqueça de incluir os certificados de calibração dos equipamentos utilizados. Eles são a garantia de que o seu serviço é confiável, e seus resultados precisos, e entregá-los contribui para a satisfação do seu cliente. Pode ter certeza de que, seguindo essas dicas, você vai conseguir realizar um levantamento topográfico de qualidade. Como resultados, você verá a economia dos seus recursos, o aumento da sua rentabilidade e a fidelização dos seus clientes.